A importância da socialização entre os idosos
O aumento da expectativa de vida proporcionou o surgimento de algo novo: o universo das pessoas idosas, que, ao mesmo tempo em que desafiam a criação de políticas públicas, também apontam para uma série de oportunidades nas mais diversas áreas, dadas as múltiplas e variadas demandas desse grupo.
Além de representarem um perfil de consumo diferenciado – e ainda pouco conhecido –, já é possível perceber, no mercado, alguns impactos no atendimento a essa população.
Questões relacionadas à saúde física e emocional, finanças, cuidados e convivência familiar têm sido amplamente debatidas e abordadas tanto no ambiente acadêmico quanto nos meios de comunicação, em geral.
No início de abril deste ano, por exemplo, aconteceu em Belo Horizonte o XXIV Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia, que contou com cerca de 5.000 participantes e ofereceu um debate amplo, com temas bastante diversos.
Neste artigo, pretendo abordar a importância dos movimentos de agrupamento e socialização das pessoas idosas, com foco em iniciativas que acolham esse público de forma sensível e significativa. Não sei o quanto o leitor conhece esse tema, mas recomendo acompanhá-lo com interesse.
No Brasil – assim como no restante do mundo – cresce o número de grupos que reúnem esse público em torno dos mais variados interesses. Acima de tudo, essas iniciativas têm se mostrado eficazes como formas de enfrentamento à solidão, que tende a aumentar à medida que envelhecemos.
Cito aqui alguns grupos, como forma de informar tanto as famílias quanto os próprios idosos, que eventualmente tenham interesse em participar: Trabalho 60+; Maturi Jobs; Labora; Talento Sênior; Portal da Longevidade; Lab60+; Observatório da Longevidade; Homens de Prata; O Poder da Longevidade; Sênior Geek; CMI – Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa; USP60+; Expo Longevidade; Sou Mais 50; Sênior Lab; Inventividade, entre tantos outros.
Destaco também um curso criado pela reconhecida ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing – com o interessante título “CRIATIVA Idade”, do qual tenho participado.
Como mencionado anteriormente, esses grupos promovem a socialização à medida que acolhem a diversidade de seus participantes e abordam temas de interesse comum.
Muitos são virtuais; outros, presenciais. Frequentemente convidampalestrantes para tratar dos mais diversos assuntos – não apenas ligados ao envelhecimento.
Um dado curioso é que a participação feminina é significativamente maior. Homens, aparentemente, ainda demonstram certa resistência em se expor publicamente ou em grupos sociais desse tipo.
Outro tema que tem ganhado destaque nesses grupos é o da moradia.
Essa geração já começa a refletir, de forma mais direta, sobre a responsabilidade de decidir onde morar e quem cuidará de nós no futuro – questões que também envolvem suas redes de apoio.
Este ainda é um mercado incipiente no Brasil, mas que começa a chamar a atenção de algumas incorporadoras, além de grupos menores que buscam expandir o modelo de coliving.
Fica aqui, portanto, uma provocação: que este tema passe a fazer parte das conversas familiares. Afinal, a tendência é que ele ganhe cada vez mais espaço, a cada novo dia.